03
nov
2015
O poder da rotina
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1 Comentários
A palavra rotina evocava em mim a idéia de longas manhãs indo pra faculdade/trabalho, tendo que aturar algumas horas insuportáveis, pra ter um certo tempo livre durante a noite pra me divertir, com a "condenação da Segunda" pairando sobre a minha cabeça o tempo todo.
Admita, isso também acontece contigo: Você com certeza chega no Domingo reclamando que vai ter que acordar cedo e ir trabalhar/estudar no outro dia.
Vamos admitir que fazer a mesma coisa todo dia pode ser maçante as vezes.
Porém boa parte do nosso medo quase irracional da rotina vêm muito bem do fato que a indústria do... Entretenimento, eu diria? Bom, vem do fato que a indústria em geral adora usar o termo "Fugir da Rotina" como algo positivo.
Sinceramente, até uns 3 anos atrás, pra mim, rotina era chegar em casa do trabalho e ficar vendo TV feito um zumbi.
E eu adorava falar que eu não tinha rotina.
As vezes eu estudava, as vezes eu jogava videogame, outras eu só ficava vadiando.
Rotina? Hah, aqui ó! Pra que fugir de algo que eu já não tinha?
E foi só ai que eu percebi que isso era uma rotina.
Sim, caros amigos. Podem rir. Foi uma das vezes que eu mais senti que a vida tinha me dado uma bofetada na cara, por mais incrível que pareça.
E foi aí também que eu entendi que rotina não é um monstro de sete cabeças.
Eu não daria, numa escala de 0 a 7, nem três cabeças pra rotina.
Admita, isso também acontece contigo: Você com certeza chega no Domingo reclamando que vai ter que acordar cedo e ir trabalhar/estudar no outro dia.
Vamos admitir que fazer a mesma coisa todo dia pode ser maçante as vezes.
Porém boa parte do nosso medo quase irracional da rotina vêm muito bem do fato que a indústria do... Entretenimento, eu diria? Bom, vem do fato que a indústria em geral adora usar o termo "Fugir da Rotina" como algo positivo.
Sinceramente, até uns 3 anos atrás, pra mim, rotina era chegar em casa do trabalho e ficar vendo TV feito um zumbi.
E eu adorava falar que eu não tinha rotina.
As vezes eu estudava, as vezes eu jogava videogame, outras eu só ficava vadiando.
Rotina? Hah, aqui ó! Pra que fugir de algo que eu já não tinha?
E foi só ai que eu percebi que isso era uma rotina.
Sim, caros amigos. Podem rir. Foi uma das vezes que eu mais senti que a vida tinha me dado uma bofetada na cara, por mais incrível que pareça.
E foi aí também que eu entendi que rotina não é um monstro de sete cabeças.
Eu não daria, numa escala de 0 a 7, nem três cabeças pra rotina.
Mas se eu não preciso ter medo dela, por que sempre que eu ouço alguém falar de rotina eu imagino algo realmente chato?
Bom, lembra daquele negócio de fugir da rotina ser algo bom?
Se a "rotina" fosse algo bom, você ia querer fugir dela?
Recebemos a idéia de que rotina significa fazer exatamente a mesma coisa todos os dias pelo resto da sua vida, praticamente o equivalente a uma condenação perpétua em Sing-Sing mas sem a violência prisional.
Acordar as 7:00 AM, engolir café forçado, botar um uniforme e ir para o trabalho, passar o dia todo lá fazendo algo horrivelmente entediante, passar duas horas no trânsito, chegar em casa, assistir a novela na Globo, dormir.
Lave, passe e repita.
Pra sempre.
Com o perdão do palavreado, mas puta que pariu isso parece HORRÍVEL.
Só que a rotina não é isso.
Eu, pessoalmente, gosto de dividir a rotina em três partes: A rotina matinal, a rotina noturna, e a rotina diária (E não reclamem sobre a vírgula de Oxford. Eu nunca abandonei o uso dela).
A rotina matinal e a noturna são basicamente truques para enganar seu cérebro:
Elas fazem você perceber que acordou, sim, e que não é só mais um sonho onde você vai dormir com a Pamela Anderson e acordar com café na cama, e que sim, você está indo dormir, não é hora de pensar naquela resposta genial que você devia ter dado pra sua ex quando vocês discutiram a 3 anos atrás.
Um exemplo pessoal de rotina matinal é acordar as 7:00, escovar meus dentes, tomar um copo d'água, fazer minhas necessidades fisiológicas (Sou adulto o suficiente pra não mencionar a palavra "cocô" mais vezes do que o necessário, obrigado.), e faço um pouco de exercício, daí, depois disso, eu tomo café.
Qualquer dia desses eu escrevo um artigo sobre o por que eu faço exercicios em um horário estupidamente absurdo desses.
Minha rotina noturna, apesar de pouco complicada, serve como uma ótima forma de me fazer perceber que tá mesmo na hora de dormir:
Eu escovo os dentes, leio por no máximo meia hora, deito, coloco meu celular pra carregar e escuto um pouco de música, não mais que 20 minutos também, e nada muito agitado. Isso serve pra avisar meu cérebro que tá na hora de dormir, e tem me ajudado bastante com meu problema de insônia.
Agora, a rotina diária é o recheio do sanduíche, a batata na salada de maionese, a cebola nos Onion Rings que você pede no BK enquanto finge que isso não vai afetar a sua dieta:
Apesar de ser ótimo ter algo definido pra fazer de manhã e de noite, algo que te ajuda a acordar e dormir, algo que "estabiliza" seu dia, fazer a mesma coisa todo dia deve ser um saco.
Porém planejar e manter uma "rotina" não significa fazer a mesma coisa todos os dias.
Eu geralmente tento escrever algumas idéias para algum artigo ou resolvo alguns problemas da faculdade durante a manhã: Sinto que meu cérebro é um tiquinho menos preguiçoso depois do café da manhã. Antigamente, era o horário da aula de uma das minhas turmas de inglês.
Depois, como até então meu trabalho me permitia ficar em casa nesse horário vago entre as 9:30 e o meio dia, eu fazia algo que me divertisse um pouco, seja escrever, jogar videogame ou trabalhar em algum projeto.
Depois disso, eu almoçava, todos os dias, as 11:30. Algo rápido como arroz e frango. Faculdade, eu me programava pra sair no horário onde o trânsito era mais tranquilo.
A faculdade, infelizmente, é uma besta da rotina "tradicional", e não dá pra resolver muito aqui, além de dizer que você deve estudar algo que você goste, é claro.
Café da tarde, estudos ou diversão dependendo do dia da semana, e daí rotina noturna depois das 11:00.
Tá, mas eu trabalho em casa como programador/artista/escritor/whatever, que graça tem isso de rotina?
A rotina, por incrível que pareça, é uma das aliadas mais fortes do trabalho criativo:
Sentar na frente do meu computador todos os dias depois do café da manhã faz com que ele pense:
"Bom, tá na hora do pau", citando O Coisa naquele terror absoluto que foi Quarteto Fantástico.
Segundo o gênio, comediante e britânico John Cleese, boa parte do cérebro responsável pelo trabalho criativo é uma parte subconsciente que ele chama de O cérebro tartaruga.
Assim como seu parente escamoso, o cérebro tartaruga é uma fera letárgica, tímida e irritadiça, que precisa de muito esforço pra se tornar amigável e pune qualquer distração com sua partida imediata.
Segundo Cleese, a melhor forma de atrair a tartaruga pra fora do seu casco é criando um ambiente onde ela se sinta confortável e segura.
Se sentar numa mesa com um café e o seu computador, por exemplo, sabendo que seu celular vai estar desligado durante a próxima hora, pode ajudar você a se concentrar naquele artigo: As pessoas que te conhecem sabem que você não vai responder até o fim dessa hora, e as que não conhecem, se valerem a pena a interrupção no seu trabalho, vão poder esperar até que ele termine.
Como terminar esse artigo com uma nota filosófica pode parecer profundo mas fica meio chato, fica aí um desafio pra vocês:
Criem uma rotina.
Agora.
Não dê uma desculpa, não deixe até segunda: Quanto mais você atrasar, mais demora pra virar um habito.
Crie uma rotina por mais besta que seja, nem que seja lavar a louça depois de comer ou escovar os dentes a cada refeição. Crie um hábito. E depois vem aqui e conta pra gente se isso ajudou em algo na sua vida, que tal?
Vou criar sim, fazer um resumo de tudo do que eu li durante o dia antes de dormir! Parabéns ficou massa! :)
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